Ruínas da Casa Velha
Da idade dessa casa
Não sei a conta dos anos
Nas portas já carcomidas
Marcas de implacáveis danos
E as suas paredes tortas
Escondem lembranças mortas
Nas sobras dos desenganos
Não sei a conta dos anos
Nas portas já carcomidas
Marcas de implacáveis danos
E as suas paredes tortas
Escondem lembranças mortas
Nas sobras dos desenganos
Pelos sóis quentes tiranos
Rachões surgiram na frente.
Rachões surgiram na frente.
Alguns tijolos caídos
No paredão do Poente
Que no silêncio deserto
Não dá pra dizer ao certo
Se foi morada de gente
No paredão do Poente
Que no silêncio deserto
Não dá pra dizer ao certo
Se foi morada de gente
O mato seco e o sol quente
No lugar que era o terreiro
Um pé de jurema Preta
Da flor não tem mais o cheiro
Um gato magro e com sono
No lugar que era o terreiro
Um pé de jurema Preta
Da flor não tem mais o cheiro
Um gato magro e com sono
Cochila esperando o dono
Sem saber seu paradeiro
Sem saber seu paradeiro
Um velho pé de umbuzeiro
Que eu não sei quando caiu
O velho esteio quebrou-se
E depois da queda sumiu
Tem os restos de um pilão
Junto de um velho fogão
Que a gitirana cobriu
Que eu não sei quando caiu
O velho esteio quebrou-se
E depois da queda sumiu
Tem os restos de um pilão
Junto de um velho fogão
Que a gitirana cobriu
A telhado sucumbiu
Pelo rigor dos mormaços
Hoje só resta os escombros
Sem cobrir mais os espaços
Ripas, linhas, caibraria
De longe assim parecia
Um esqueleto sem braços
Hoje só resta os escombros
Sem cobrir mais os espaços
Ripas, linhas, caibraria
De longe assim parecia
Um esqueleto sem braços
Alguns restos dos pedaços
Das louças de seu patrono
Tiras de um lençol, recordam
Do barulho do ressono
Das louças de seu patrono
Tiras de um lençol, recordam
Do barulho do ressono
Ecoando entre as cortinas
Penduradas nas ruínas
Da camarinha do dono
Penduradas nas ruínas
Da camarinha do dono
Depois de tanto abandono
E do tempo sofrer maldade
Quem passa por perto sente
Que ainda tem dignidade
E nos restos desse cenário
De vez em quando um canário
Canta sentindo saudade.
E do tempo sofrer maldade
Quem passa por perto sente
Que ainda tem dignidade
E nos restos desse cenário
De vez em quando um canário
Canta sentindo saudade.
Antônio Nunes
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