AGUARDANDO O AMANHÃ
Tempo ingrato e incansável,
És um carrasco implacável,
Perverso, destruidor;
Pergunto: se por ventura,
Não vês que causa amargura,
Provocando angustia e dor?
És um carrasco implacável,
Perverso, destruidor;
Pergunto: se por ventura,
Não vês que causa amargura,
Provocando angustia e dor?
Tão cedo levaste embora,
Meus loiros pelos de outrora,
Bem como os sorrisos francos;
Trocasse essas maravilhas
Que eu continha, por carquilhas,
E deixaste os cabelos brancos.
Meus loiros pelos de outrora,
Bem como os sorrisos francos;
Trocasse essas maravilhas
Que eu continha, por carquilhas,
E deixaste os cabelos brancos.
Assim como a robustez,
Arrebataste-me de vez,
A força, o vigor, e a paz;
Qual chacal impertinente,
Consome a vida da gente
Com apetite voraz.
Arrebataste-me de vez,
A força, o vigor, e a paz;
Qual chacal impertinente,
Consome a vida da gente
Com apetite voraz.
Vais acumulando os anos
Causando maléficos danos
Sem que haja piedade,
Apaga nossos lampejos,
Dilui os nossos desejos,
Oh! Tempo, quanta maldade!
Causando maléficos danos
Sem que haja piedade,
Apaga nossos lampejos,
Dilui os nossos desejos,
Oh! Tempo, quanta maldade!
E nessa eterna porfia,
Prossegue dia após dia,
Sem que haja intercalada,
Macambuzio e carrancudo,
Do ontem, carregou tudo,
Do hoje, tem quase nada.
Prossegue dia após dia,
Sem que haja intercalada,
Macambuzio e carrancudo,
Do ontem, carregou tudo,
Do hoje, tem quase nada.
Porém, deixou-me no afã,
De alcançar o amanhã,
Que é só dúvida e incerteza,
Mas, quem sabe, Deus consente,
E concede-me novamente,
Alcançar essa proeza!
De alcançar o amanhã,
Que é só dúvida e incerteza,
Mas, quem sabe, Deus consente,
E concede-me novamente,
Alcançar essa proeza!
Carlos Aires
Nenhum comentário:
Postar um comentário