"As chuvas saram as feridas
Que a seca faz no sertão"
O inverno é quem remove
A beleza da ervança
Que se nota com a mudança
Três dias depois que chove
A natureza promove
Nos quadros verdes do chão
A mais bela exposição
De plantas recém nascida
As chuvas saram as feridas
Que a seca faz no sertão
A miséria se encerra
A tristeza se retira
E a água da nuvem tira
As impurezas da terra
Porque a chuva é pra terra
A mais linda exposição
E uma ressuscitação
Para milhares de vida
As chuvas saram as feridas
Que a seca faz no sertão
Maior riqueza não tem
Dada por Deus de adonai
A tardinha a chuva cai
De noite a enchente vem
Coqueiro com mais de cem
Anos quebra o espigão
Seca arromba o boqueirão
E cacimbas são entupidas
As chuvas saram as feridas
Que a seca faz no sertão
Quando o chão está molhado
Deus manda nossa riqueza
Sobra fartura na mesa
No paiol e no roçado
Até para o próprio gado
No Cardápio de ração
Tem pura alimentação
Vários tipos de comida
As chuvas saram as feridas
Que a seca faz no sertão
E o zabumba da jia
Bate um forró numa loca
E pelos aceres da broca
Raposa principia
Aproveita a hora fria
Marca o casco com a mão
Tira banda do melão
E deixa as marcas da mordida
As chuvas saram as feridas
Que a seca faz no sertão
Sebastião Dias
Nenhum comentário:
Postar um comentário