sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PURA VERDADE, INFELIZMENTE...

HINO ÀS AVESSAS
Bradam forte os heroicos da nação,
Para ver, da justiça, a clava erguida;
Ao lutar, desbravar bosques da vida,
Ver nascer liberdade neste chão.
Mas as flores que brotam são em vão
Desfolhadas de forma infame e vil
E o penhor da igualdade no brasil
É esquecido por esta pátria amada
Sem razão pra gritar: terra adorada,
Pois não é dos seus filhos mãe gentil.

E as estrelas do lábaro ostentado,
Ofuscadas no breu do sofrimento,
Vão perdendo no azul do firmamento
O poder de luzir manto sagrado.
Só restou o colorido desbotado
Do que foi o pendão da esperança;
Hoje é pavilhão de insegurança
De um país sem orgulho da bandeira,
Com o progresso e a ordem brasileira
Sucumbindo e ficando na lembrança.

Nosso hino nasceu desafinado,
Entoando uma falsa liberdade,
Que na pauta da vil desigualdade
Chora as notas de um povo aprisionado...
Se o arranjo não foi bem orquestrado,
Só nos resta chorar pela utopia,
Resgatar dos grilhões a poesia
E trazer esperança à brava gente,
Pra poder transcender eternamente
Novos sons imortais da sinfonia!


Simone Passos

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